segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Análise: O que restou do Palmeiras?


O que era esperança se tornou mais uma vez o calvários dos Palmeirenses. Um ano de muita expectativa por conta do centenário do Palmeiras começou a sucumbir quando o time foi eliminado do campeonato Paulista pelo então campeão Ituano. 

O time comandando por Gilson Kleina, que havia garantido o acesso e o título da serie B de forma antecipada e com um campanha irretocável, vinha com uma boa base para o tão esperado "ano Palmeirense". O que não se confirmou, e ao invés da equipe se reforçar, bons nomes foram vendidos de forma estranha. 

O caso Alan Kardec segue hoje sem um desfecho, atleta e diretoria trocam acusações o que não leva a nada, só o que mostra é o total despreparo do presidente Paulo Nobre que disse que sua gestão seria para sanar dividas, e isso ele conseguiu, talvez o maior feito de todo o seu mandato. 

Além de Kardec a equipe alviverde também perdeu um dos pilares de sua zaga que era o também o capitão da equipe, Henrique. Outro que foi embora e pela porta dos fundos foi o lateral Luis Felipe, um dos poucos nomes das categorias de base do Palmeiras que tiveram chance com o Kleina, e de titular passou a treinar separadamente da equipe até ser negociado com o Benfica e logo em seguida ser emprestado para o Criciúma. 

Vale destacar também a queda brusca de rendimento de atletas que eram titulares. O melhor exemplo disso é o atacante Leandro, contratado em definitivo em janeiro pelo valor de R$ 8 milhões, e sem dúvidas era a maior aposta do Palmeiras para a sequência do ano. O atleta jamais rendeu o que era esperado e não foi nem sombra do jogador que era titular em 2013.  

Mal negócio 

Com a perde de atletas importantes, o Palmeiras precisava se reforçar, e já que não poderia contar com Valdivia que pouco jogava por conta das lesões, a diretoria se mobilizou e trouxe Bruno Cesar, com ótimas passagens pelo Corinthians e Santo André. Chegou com status de craque e que assumiria rapidamente a titularidade o que não aconteceu devido a briga com a balança que o jogador enfrentava. 

As contratações não pararam, para o Lugar de Kardec veio Henrique, atual artilheiro do campeonato com 15 gols e muito contestado. 
O argentino Ricardo Gareca assumiu a equipe após a saída de Kleina já que o time havia parado de jogar, com ele veio a esperança de repetir o que fez em 5 anos no Velez quando conseguiu por 4 vezes ganhar o campeonato argentino. 

                            Gareca foi demitido dia 01 de Setembro. Foto Uol Esporte.

Gareca pediu reforços, e chegaram ao clube: Jonathan Cristaldo, Pablo Mouche, Augustin Allione e Fernando Tobio. Destes apenas Tobio seguiu como titular após a demissão do técnico argentino com o péssimo aproveitamento de 33%, de 27 pontos disputados o Palmeiras conseguiu apenas quatro. 

Era Dorival Junior

Sem opções no mercado após a demissão de Gareca, o Palmeiras apostou em Dorival Junior, com ele o aproveitamento melhorou e o Verdão caminhava para escapar do Z-4 sem sustos, o que mais uma vez não se confirmou. Com Dorival apenas dois reforços chegaram mas apenas para suprir o elenco, o goleiro Jailson, reserva no Ceará chegou mediante ao caos que a posição de goleiro enfrentava após a longa lesão de Fernando Prass. 

Abre aspas: 

Alias grande parte da calamidade vivida pelo Palmeiras se dá também pelo péssimo preparo dos goleiros. Com a lesão de Prass, Bruno assumiu a titularidade e por pouco tempo, já que a fase não era boa, o jovem goleiro Fábio assumiu a meta e também não agradou, e com isso Deola que voltava de empréstimo assumiu a vaga de titular e com ele vieram os 6x0 do Goiás.

Retomando... 

Mas quando Jailson chegou, Prass já estava recuperado e voltou a jogar. E ainda tem o volante Washigton, pouco aproveitado. O maior feito de Dorival Junior foi promover jovens da base do Palmeiras, com ele viraram titular: Nathan, Victor Luis e João Pedro de apenas 16 anos. Mesmo com a pouca idade os atletas assumiram a responsabilidade e são um dos poucos valores que se salvam em um ano tão ruim.

Além deles, Valdivia depois de férias na Disney e transferência frustrada para os Emirados Arábes, retornou a equipe como o salvador da pátria. No seu primeiro jogo diante do Flamengo começou no banco e entrou no segundo tempo quando a equipe perdia por 2x0 em pleno Pacaembu, com pouco tempo de jogo, conseguiu dar o empate para o Palmeiras e ser expulso após agredir o jogador adversário. 

O Valdivia vive uma relação de ódio e amor com o Palmeiras, muitas vezes aclamado pela torcida, o Mago como é chamado pelos palmeirenses precisaria perder a fama de "bad-boy" se quisesse ajudar o Palmeiras. Dorival tornou o chileno capitão da equipe e conseguiu mostrar a ele sua importância dentro da equipe. Esse foi o melhor momento do Palmeiras no campeonato. Muito pouco para uma equipe dessa grandeza. 

E o ano do Palmeiras pode terminar ainda pior caso o rebaixamento se torne real. Com apenas duas rodadas para o fim, a equipe depende só de si mesma, mas não tem a tabela a seu favor. No sábado contra o Internacional que briga por uma vaga na libertadores, o Verdão pode escapar de vez do Z-4 caso o vitória perca. E na última rodada recebe o Atlético-PR que não aspira a nada no campeonato. São os jogos que vão definir a vida do Palmeiras. 

De volta para casa

Após quatro anos e meio o Palmeiras retornou a sua casa, fechada para reforma e modernização do antigo Palestra Itália. No lugar do jardim suspenso foi erguido um enorme projeto arquitetônico com elogios até dos rivais, mas logo na sua estreia o Palmeiras resumiu bem o seu ano, quando há grande expectativa, a equipe não responde, e assim o Palmeiras perdeu por 2x0 para o Sport na reinauguração de seu estádio, agora chamado de Allianz Parque. 

                       Após quatro anos e meio o Palmeiras retornou para o seu estádio. Foto WTorre.


E o futuro?

O futuro da Sociedade Esportiva Palmeiras depende de como o ano de 2014 irá terminar. O fracasso total vem com a terceira visita a serie B, caso isso se concretize, todo o planejamento para 2015 está comprometido, e os palmeirenses irão seguir amargurando mais um ano de vacas magras e de pouco brilho do time mais vezes campeão do Brasil.

 Se a permanência for confirmada, cabe aos pouco mais de 15 milhões de palestrinos espalhados pelo Brasil, esquecer mais um ano e torcer para que o próximo seja melhor, agora de casa nova,com um possível patrocinador Master depois de dois anos e jogadores que estejam a altura do Palmeiras. 

Pelos bastidores já ronda uma lista de dispensas enorme, mas a briga no Palmeiras está longe de acabar devido a disputa presidencial entre Paulo Nobre, Roberto Pescarmona  e Cesar Maluco. A tendência é que Nobre vença as eleições e de continuidade a sua estratégia. 

Especulações

Caso Paulo Nobre vença a disputa, nomes como o do diretor executivo Rodrigo Caetano, homem forte nas contratações do Vasco e dos jogadores: Diego Cavallieri, Jean, Carlinhos, Wagner (Todos do Fluminense) e Thiago Neves, antigo sonho do Palmeiras, podem reforçar o sofrido time Palmeirense. 

Por Afonso Malatesta
para o Dinâmica do Esporte.